22 janeiro 2010

Partida

Esse teu olhar mortiço

esse sorriso postiço

essa cara encarquilhada.


Ah o tempo que devasta;

uma perna que se arrasta

e tão próxima a chegada.


Isso tudo sem sentido.

Do silêncio esse vagido

um sorriso de criança.


Olha os mortos se enterrando

e a vida recomeçando

trazendo nova esperança.


Esse teu olhar sem brilho

um pai que pranteia um filho:

tão inúteis tais desvelos.


Uma vida que se apaga,

essa mão que não afaga

nunca mais os meus cabelos.

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