Você vai no supermercado e não me vai escolher macarrão gravatinha nem penne. Compra aqueles comprido, que você encontra fácil fácil porque o saquinho tem uma janela transparente. Pode ser chatinho ou roliço. Mas que seja comprido. Escolha o molho, que também tem muitos hoje em dia, não precisa de ficar amassando tomate com o garfo, belo. Ele vem num pote de vidro de boca larga, que é pra caber drento uma colher de sopa. Se não gostar, da vez próxima você escolhe outro tipo, até acertar com algum que lhe agrade, belo.
Chegando na sua casa (digo sua casa, mas pode de ser apartamento e ser alugado, o gosto da macarronada vai ser o mesmo) você acende o fogo e logo me põe em cima dele uma panela grande com água quase até a boca, me põe. Despeja um montinho de sal e algumas gota de azeite, que diz que é pra os macarrão não entreverar, uns cos outros. Isso de entreverar quem dizia era a negra Zanóbia e eu gostei da palavra, gostei eu.
Quando a água ferver, você tira o macarrão do saquinho e despeja ele na água fervente, belo. Não me vá quebrar ele antes de jogar lá dentro, seu pazzo. E quem falou que era pra jogar fora o saquinho, ô? Vai lá e pega ele de volta pra saber o tempo de cozimento. Eu disse cozimento e não cosimento, que é costurar, sem inguinorante.
Agora que a água voltou de ferver, marque o tempo previsto no saquinho, pra que a massa fique al dente. Tempo vencido, desliga o fogo, pega a panela (Olha as luva, belo. Ta quereno se deixar queimar as mão?) e despeja aquilo tudo no passador de macarrão. Não sabe o que é isso? Mamma mia! Adonde que eu vim parar! É uma panela de alumínio (também tem umas de plástico, belo, mas essas estraga o gosto da macarronada) cheia de furinho por donde a água se deixa de escorrer.
Agora que saiu toda a água, despeja o macarrão numa panela de louça ou de vidro refratário e joga o molho por cima, joga. Quanto? Depende das fome da turma, belo.
Leva aquilo pra sala, não se esquecendo de gritar bem alto “Pasta pronta! Pasta pronta!”, que é pros vizinho morrer de inveja, aqueles mortefame.
Pra comer, você em antes despeja queijo ralado por em cima. Feito isso, dá uma bruta de uma garfada no monte de pasta e adespois enrola ele apoiando o garfo numa colher de sopa que você segura coa outra mão, segura. Não me vá cortar o macarrão com faca, que eu te dou um squiafo, te dou eu.
Entre uma garfada e outra, que você enfia na boca e chupa rápido, até as pontinha do macarrão adespejar massa na tua camisa (ou na tua blusa), de preferência branca, não te esquece do gole de vinho, que pode ser o chileno mesmo, já que o vinho italiano que atravessa o mar tem lá dentro dele uns produto químico que estraga o gosto que ele tem lá na Itália, belo. Paciência. Ma que seje o tinto, dá vero?
Terminada a terceira sessão, não me vá esquecer de esfregar uns naco de pão no molho do prato. É uma homenage ao cozinheiro, belo. Agora bota as duas mão na barriga e me solta um belo dum arroto. É pra dizer que gostou. Se alevanta sem pedir licença, senta no sofá da sala, adespois de ligar a televisão, que o jogo vai começar daqui umas três hora mas aqueles tagarela vão ficar falando um monte de fezzaria sobre o campeonato, coisa que você não vai ouvir, pois já caiu no sono, belo.
E vê se não me esquece de roncar, me esquece.
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