30 agosto 2011

Minha casa



Minha casa é de remendos,
são tremendos seus galpões,
tão incômodos seus sóis,
suas luas giram lentas.

Minha casa sem paredes,
verdes campos que se espraiam;
onde há flores, não há frutos;
onde a gente aí tem paz.

Minha casa abandonada
e desleixada ao relento.
Quem visita ali não fica:
vai e deixa seus segredos.

Dormitório da saudade,
canta o vento umas berceuses
pra ninar quem não desperta.

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Meu amigo Ignácio Velez, venezuelano, assim transportou o poema para sua língua:

Mi casita

Es mi casa de remiendos
tan tremendos sus galpones,
tan incómodos sus soles
pues sus lunas giran lentas.

Es mi casa sin paredes,
verdes campos se desplayan;
donde hay flores y no frutos,
y la gente tiene paz.

Está ella abandonada
y así quedada al relente;
quién visita allí no queda:
sale y deja sus secretos.

Dormitorio de nostalgias,
canta el viento unas berceuses
pa’ arrullar a quién ya duerme.

Acho que o poema até ficou mais bonito.

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