12 junho 2008

Filhos e Netos


Filhos, melhor nós termos.
Nascem-nos num repente,
somente pra nos deixarem velhos.
Que importa?
E crescem, parecendo gente,
acho que somente
para preocupar-nos.
Aonde vai?
Com quem?
Não demore!
Leve a chave.
Feche a porta.

Inda ontem ela mal falava,
engatinhava pela casa toda,
foi-se levantando,
foi-se embonecando,
criando corpo e jeito.
Até peito!
Um caso sério.

E vem um sujeito,
sem qualquer demora,
nos leva ela embora.
Com que direito?
E ela engravida
e dá-nos netos
pra toda a vida.
Como fizeram?
Quem lhe ensinou?
Mistério!

Netos, melhor não tê-los!
Como são chatos eles,
reles choramingas,
que reivindicam tudo,
ou permanecem mudos;
não nos desejam perto,
querendo, por certo,
longe a nossa filha
do paternal abraço.
Fracasso!
São só aborrecimentos,
imaturos, ciumentos.
Quer levá-los? Maravilha!

Bisnetos? Eu ouvi "bisnetos"?

5 comentários:

  1. retificando o comentario:

    Filhos

    Os filhos das minhas filhas
    meus netos são.
    Os filhos dos meus filhos...
    Serão ou não?

    Francimar Torres Maia.

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  2. Mestre, estes versos me lembram uma música que Luiz Gonzaga fez com um poeta paraibano, chamada "O Mangangá". Só um trecho:

    "Tudo que a gente precisa ter, vai comprá / calça, camisa, cueca, farinha, carne e jabá / mas uma fia que se cria com cuidado / vem qualquer cabra safado / pede a mão e a gente dá!"

    É por isso que tem gente que vende as "fias". Tá explicado. Abraços do

    Zé Preá

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  3. Ma esse DNA é um assombro, mesmo, rs rs...

    Que lindos!

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