17 julho 2009

Minha casa

Minha casa é de remendos,
são tremendos seus galpões,
tão incômodos seus sóis,
suas luas giram lentas.

Minha casa sem paredes,
verdes campos que se espraiam;
onde há flores, não há frutos;
onde a gente aí tem paz.

Minha casa abandonada
e desleixada ao relento.
Quem visita ali não fica:
vai e deixa seus segredos.

Dormitório da saudade,
canta o vento umas berceuses
pra ninar quem não desperta.

­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­
O venezuelano Ignácio Velez assim transportou o poema para sua língua:

Mi casita

Es mi casa de remiendos
tan tremendos sus galpones,
tan incómodos sus soles
pues sus lunas giran lentas.

Es mi casa sin paredes,
verdes campos se desplayan;
donde hay flores y no frutos,
y la gente tiene paz.

Está ella abandonada
y así quedada al relente;
quién visita allí no queda:
sale y deja sus secretos.

Dormitorio de nostalgias,
canta el viento unas berceuses
pa’ arrullar a quién ya duerme.

Acho que o poema até ficou mais bonito.

2 comentários:

  1. Suannes: há poucos dias postei uns versos de minha autoria sobre uma velha casa onde habitam muitos sois e muitas luas e um tanto de boas lembranças. Leio o teu poema e vejo que nele também existe um espaço repleto de saudades. Amo sua poesia. Bjos de luz, meu amigo. Grauninha

    ResponderExcluir
  2. seus textos são ótimos, fontes de inspiração.. parabéns

    ResponderExcluir