02 junho 2008

Vale a Pena Ler de Novo (II)

O STF e os Embriões

(Ad magnam gloriam Dei
atque perpetuam rei memoriam)



Cerso de Melo mostrô
que nem a Ingreja se entende.
Digo isso com pavô
pois tem gente que se ofende.

Aristóte diz que a arma
demora pra aparecê.
Na muié, que é mais carma,
são dois meses, podes crê.

Nus hómi nun é ansim não,
óia aqui como se conta:
um mêis da concepissão
e a nossa arma tá pronta.

Uns Papa fala que sim,
já otros dizem que não.
Mas se eles age ansim
que dizê de nóis, irmão?

Não querendo sê prolicho,
o Cerso é que tem razão:
será justo pô no lixo
os imprestave embrião?

O Supremo decidiu
uma causa munto dura
e tanta gente sorriu
vendo em breve a sua cura.

Antes dele ir embora
ele dixe pros presente:
este causo é a aurora
pra milhares de doente!

Chegado esse momento,
o clima ficô confuso,
quis mudar o jurgamento
o Ontonho Cézar Peluso.

Sabe o qui ele queria?
- é coisa de que discordo –
que a tese da minoria
fosse a minuta do acórdo!

Coisa feia, eu lhe diria,
onde arguém já tentô isto?
Ganhá na secretaria?
Isso é coisa de ministro?

O Cerso antão fica bravo,
bota o colega na linha:
“samos nóis da lei escravo,
não me venhas com gracinha.

Nosso povo isso merece:
que o juiz seja prudente.”

E o resurtado foi esse:
a ação é improcedente.

A. Cerviño - SP

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