28 outubro 2008

Mini conto

- E tua noiva, como está?
- Partiu desta pra melhor.
- Meus pêsames, cara. Meus pêsames. E quando foi que ela morreu?
- Morreu? Quem falou em morte? Lembra-se daquela mania que ela tinha de cheirar perfume? Coisa mais desagradável! Pra mim aquilo era TOC. E me arrastava para as lojas do shopping, abrindo e fechando vidros e mais vidros de perfume, que levava ao nariz. Ao meu nariz! “Sinta esse leve cheiro de alfazema”. Eu nem sei se alfazema é animal, vegetal ou mineral; se é sólido, líquido ou gasoso, mas atendia aos rogos dela. Ou ordens dela. Tudo pelo nosso futuro casamento.
- Fugiu com o dono da loja?
- Quase. Participou de um concurso internacional de provadores de perfume e foi aprovada para trabalhar na Christian Dior, em Paris.
- Mas você disse que ela passou desta pra melhor?
- E você acha São Paulo uma cidade melhor do que Paris?



3 comentários:

  1. Tem quem escreva por pura vontade de escrever, mas, em geral, um blogueiro espera ser lido.
    Não apenas, mas também correspondido!!!

    O conheci pelo Migualhas e cá estou eu lhe acompanhando.

    Andei também pelos antigos posts e gostei.

    Sucesso sempre.

    Um abraço,
    Gabriel

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  2. Como o colega Gabriel, também vim pelo Migalhas, especialmente pela edição nº 110, a qual me senti desconfortável de ler, saber que é a minha língua de origem, e pouco entender.. Gostei do desafio e vim conferir o seu blog, o qual achei cativante à leitura.

    Gostei muito do que li até agora e com certeza voltarei a visitar.

    Até mais!

    Paula.

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  3. Belo conto, Adauto.
    Tem o que tem de ter: enredo.
    Abração.
    Carlos

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